Por Fernanda Trigo Costa
"Houve um momento em que o aperto foi tão extremo e aflitivo que eu imaginei não conseguir suportar. Eu nem sabia que, exatamente naquele ponto, a natureza tecia asas para mim, em silêncio, mas foi lá que senti que eu era feita também para voar. O aperto, entendi somente depois, era uma espécie de morte, um prenúncio da transformação, uma ponte que me levaria a outro modo de ser."
(Ana Jácomo)
O papel em branco. Hora da apresentação.
Água, vento, terra. Um perfume. Um local. O círculo. Mulheres.
O meu nome representa uma escolha e um desejo. Através do nome acredita-se prescrever um destino. Um destino escolhido pelo que se conhece no nascimento. O nome que guia o caminho e explica a origem, a história.
O meu nome pode representar um símbolo, uma homenagem ou uma afronta. Carrega-se o nome pelo trajeto e da escolha natal faz-se novos desejos. E o nome, embora fixo, representa um ser em movimento.
O meu nome me faz único, por mais que seja como outros. Há de ser motivo de orgulho, há de ser motivo de repulsa. Nomear torna a matéria humana. Seres também trocam seus nomes de forma a se sentirem humanos de fato.
O meu nome é minha marca no tempo.
O meu nome, o da escolha e o do caminho, é posse. É dado e é conquista.
É saída, percurso e chegada.
É casulo e asa.
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